A prótese fixa, também conhecida como coroa dentária, consiste em um dos meios de reabilitação oral da especialidade de prótese dentária.
Há inúmeras vantagens em se reabilitar espaços sem dentes ou dentes quebrados através da prótese fixa. Vamos entender antes um pouco do histórico de reabilitação oral
Durante muito tempo, o Brasil foi considerado por muitos o país dos banguelos. Por anos, a perda dentária era considerada normal de ambos os lados, isto é, pelo cliente e pelo dentista. Houve épocas em que era status utilizar dentaduras, apenas pela aparência estética.
Isto ocorria porque, naquela época, a ortodontia (aparelho) ainda estava engatinhando, e mesmo assim, era voltada apenas para o público com melhor poder aquisitivo. Para obter um sorriso esteticamente aceitável, retirava-se os dentes e substituía-se por prótese dentária.
Se o ganho estético era alcançado, por outro lado, os prejuízos funcionais eram imensos. A mutilação dentária dos indivíduos causava muitas alterações, no que diz respeito à questão funcional.
Dificuldades de alimentação, dores orofaciais, perdas ósseas e alterações no perfil facial são apenas alguns itens que eram gerados pela extração dos dentes.
O paradigma do passado, que se preocupava com uma Odontologia curativista em vez de preventista (modelo atual) também contribuiu muito para as mutilações dentárias.
A cultura do nosso país também fez parte disto, visto que um dente era apenas considerado um elemento que podia ser perdido, com sua reposição posterior com uma prótese dentária. Só que as perdas vão bem mais além. Um dente ausente pode causar um desequilíbrio em toda a arcada do cliente.
Reabilitação oral
Com a mudança do paradigma de tratamento odontológico, as mudanças no serviço público bem como a conscientização da população sobre o assunto, a proporção de extrações dentárias vem diminuindo no decorrer dos anos.
A população hoje em dia, preocupa-se em preservar os dentes. Mas e os dentes que foram perdidos?
A reabilitação oral, como o nome já diz, tem como objetivo reaver as condições satisfatórias do sistema mastigatório, tanto esteticamente quanto funcionalmente.
No passado, este tipo de tratamento era muito oneroso, diferente de hoje em dia, que já está mais ao alcance dos menos favorecidos economicamente.
Como este tema é muito grande, vou ter que dividí-lo em quatro posts, visto que ficaria muito cansativo falar de todos os tipos de próteses dentárias, mesmo que falasse de maneira geral. Vamos separar assim, seguindo a ordem que está abaixo.
A – Prótese fixa (tema de hoje) ;
B – Prótese parcial removível;
C – Prótese total;
D – Implante dentário.
1 – O que é prótese fixa (coroa dentária)?
A prótese fixa, também conhecida como coroa dentária, consiste na fixação através de cimentos odontológicos de coroas dentárias artificiais, totais ou parciais, em pilares naturais (dentes ou raízes dentárias) ou artificiais (implantes).
Uma vez fixada, a prótese fixa não pode ser removida pelo cliente. Esta técnica tem como objetivo restabelecer a função mastigatória do indivíduo bem como a estética e fonação.
A prótese fixa tem grandes vantagens. A recuperação da função mastigatória se dá por volta dos 90%. Vários tipos de materiais podem ser utilizados (metais, porcelanas, cerâmica e resinas).
2 – Quais as indicações e condições para se colocar uma prótese fixa?
Antes, devemos saber quais as indicações:
- Estrutura dentária enfraquecida;
- Dentes com canal tratado e com pouca ou nenhuma estrutura dentária;
- Dentes muito escurecidos;
- Dentes com restaurações muito extensas, com comprometimento estético;
- Espaços ausentes entre dentes;
- Colocação da prótese sobre o implante.
A partir de um planejamento correto, baseado no exame clínico do cliente e nos exames complementares, opta-se pelo tipo de prótese fixa bem como o material que irá ser utilizado. Neste momento, todas as dúvidas deverão ser discutidas.
A partir da escolha da realização da prótese fixa e do material, os pilares protéticos (dentes que receberão a coroa dentária) serão selecionados para receber a coroa dentária. Os tipos se subdividem:
A – prótese fixa unitária: é aquela que é fixada em um dente com pouca estrutura, raiz dentária ou implante dentário. No primeiro (dente com pouca estrutura), o dente está vivo, sendo feito um preparo protético na superfície (foto abaixo) do mesmo, a fim de colocar a coroa dentária.
No segundo, a raiz deverá ser submetida a tratamento de canal, isto é, deverá ter o canal feito para eliminar a contaminação do canal e, por conseguinte, o fracasso da reabilitação oral.
Também há um preparo prévio do dente em questão, sendo colocado um núcleo metálico (retentor radicular) para servir como fixação da coroa dentária.
No terceiro, o cliente já perdeu o dente. Nesta situação, não há preparo prévio, mas sim a colocação de um implante dentário, que servirá de pilar para prótese sobre implante (foto abaixo).
B – Ponte fixa: situação inversa à primeira, na qual um grupo de dentes são utilizados como pilares (foto abaixo) para a reposição de um ou mais dentes. Os pilares e técnicas são idênticas à prótese fixa unitária.
Perceba que, na foto acima, dois dentes que estavam íntegros foram preparados para se tornarem pilares protéticos da ponte fixa.
Tal situação deve ser discutida com o cliente, pois muitas vezes o preço que será pago, incluindo também a possibilidade dos dentes pilares ficarem sensíveis, teria um baixo custo x benefício, principalmente quando comparado à colocação de um implante dentário.
Diferentemente da maioria dos tratamentos odontológicos, este tipo de tratamento tem participação do protético, que o indivíduo com curso técnico em prótese dentária, que é responsável pela parte laboratorial do processo. Tal fato influencia no tempo e custo do tratamento.
Neste período, o cliente não fica sem dente, pois é colocado nele um dente provisório. Deixo claro aqui que este dente tem apenas função temporária apenas. Isto deve ser deixado claro ao cliente. O tratamento dura em média de 1 a 2 meses.
3 – Qual a durabilidade da prótese fixa?
O tempo é algo muito variável, embora na maioria dos casos, pode durar ou décadas. Vários fatores podem influenciar na sobrevida da prótese fixa:
- Higiene oral;
- Saúde periodontal;
- Tipo de material utilizado;
- Quantidade de força mastigatória sobre a prótese fixa;
- Relação prótese x tecidos gengivais;
- Visitas periódicas ao Dentista.
Os materiais utilizados são muito resistentes, suportando bem as cargas mastigatórias, porém são dependentes dos fatores acima descritos. A avaliação do dentista pode indicar ou não a necessidade de substituição da prótese dentária.
4 – Relações importantes com o tratamento de prótese fixa
Prótese fixa X tratamento de canal
Como já foi mencionado, o tratamento de canal pode-se tornar necessário para o sucesso da reabilitação oral.
Colocação de um retentor no interior da raiz sem o tratamento prévio do canal por imprudência ou insistência do cliente pode levar ao desenvolvimento de uma infecção e/ou inflamação no local, findando na perda do dente
Prótese fixa x Halitose (mau hálito)
Próteses dentárias mal adaptadas favorecem o acúmulo de alimentos, nos quais são difíceis de serem removidos, servindo como alimento para as bactérias bucais e/ou nigligência do cliente quanto à higiene oral contribuem para a formação da placa e liberação de ácidos responsáveis pelo mau hálito.
Materiais odontológicos, como o passa fio, pode ser utilizado na higiene das próteses fixas, evitando assim o acúmulo de placa bacteriana.
Quanto custa um tratamento de prótese fixa?
O tempo clínico de consultório, a participação do protético no trabalho, juntamente com os materiais de próteses, que em geral apresentam custos altos para o protesista, tornam o tratamento com prótese fixa um pouco para o cliente.
Porém, materiais mais acessíveis, sem perda da qualidade, além da possibilidade de pagamento parcelado são atrativos para o fechamento do tratamento.
Prótese fixa x sensibilidade dentinária (dentes sensíveis)
No preparo da ponte fixa, muitas vezes há desgaste de dentes sadios, expondo os tecidos dentinários inervados (dentina), que por volta pode gerar episódios de sensibilidade dentinária.
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Wilson Correia Jr.