Dando continuidade às lesões bucais, vamos falar de uma doença que apresenta uma alta prevalência na população brasileira e mundial: a herpes labial.
Este problema pode afetar tanto as mucosas orais como as genitálias, podendo causar problemas graves no sistema nervoso. Como a ideia é discutir sobre os problemas bucais, vamos nos deter a herpes labial.
1- O que é a herpes labial?
É uma doença infecciosa, extremamente contagiosa causada por um vírus herpes simples do tipo I e do tipo II.
Estes vírus podem acometer com mais frequência áreas com os tecidos orais e genitais, bem com os tecidos nervosos em casos mais graves.
O contato com o vírus geralmente ocorre na infância, porém não se manifestando neste período na grande parte dos casos.
Trata-se de uma doença muito comum, com grande parte da população portadora dos vírus, contudo, nem todos desenvolvem os sinais e sintomas da herpes labial, embora o vírus permaneça no organismo para sempre.
Como se trata de um site odontológico, vamos nos deter sobre a herpes labial, que é geralmente causa pelo vírus do tipo I.
2 – Herpes labial Causas
Não existe um fator determinante para o aparecimento dos sintomas. Tanto é que o indivíduo, uma vez contaminado, pode ou não desenvolver os sinais e sintomas da doença.
Sabe-se que a herpes labial é uma doença oportunista, isto é, espera um momento de fraqueza do nosso organismo para atuar. Veja abaixo alguns possíveis fatores que causam o aparecimento da herpes labial:
Herpes Labial Causas:
- Quantidade excessiva de sol;
- Queda na imunidade decorrente ou não de infecções;
- Stress;
- Traumatismos no lábio;
- Distúrbios gastrointestinais;
- Menstruação (porque baixa a resistência do organismo);
- Tabagismo;
- Tratamentos com antibióticos;
- Álcool.
A gengivoestomatite herpética é uma condição bastante dolorosa que causa lesões na mucosa oral do indivíduo, sendo frequentemente acompanhada por febre (foto abaixo).
3 – Sinais e sintomas de Herpes labial
O indivíduo que apresenta esta doença tem como sinais e sintomas:
A – Leve irritação, coceira, vermelhidão e ardência no local (início da manifestação da doença), conhecido como período prodrômico. Quando o tratamento se inicia nesta fase, os resultados são consideravelmente melhores;
B – Após esta fase, há a formação de vesículas bolhosas dolorosas (bolhas) no local, contendo um líquido no seu interior com alta concentração do vírus da herpes labial. Nesta fase, a herpes labial está clinicamente ativa. Estas bolhas rompem-se, liberando o líquido. Desta maneira, o vírus da herpes labial pode ser transmitido facilmente para outros indivíduos. Em hipótese alguma deve-se estimular o rompimento das bolhas;
C – Depois de alguns dias, ocorre o início do processo de cicatrização do local, com a formação de crostas. Não se deve remover as crostas, visto que pode traumatizar a ferida em processo de cicatrização e também pela possibilidade de restos de contaminação abaixo da ferida;
D – Após alguns dias, o local está cicatrizado, sem nenhum sinal da doença. De maneira geral, o ciclo da herpes labial varia entre 5 e 10 dias.
É muito comum a comparação das lesões de herpes labial com as aftas na boca. Deixo claro aqui que são lesões completamente distintas. Já discutimos as aftas na boca (foto abaixo) e suas repercussões clínicas. Caso não tenha lido, clique aqui e fique por dentro do assunto.
Além dos sintomas acima, podemos encontrar também:
- Febre;
- Coceira próximo às feridas da boca;
- Mal estar;
- Dor nas feridas;
- Aumento dos linfonodos do pescoço ( landras);
- Vermelhidão na pele;
- Dor de garganta;
- Queimação;
- Sensibilidade ou formigamento nos lábios;
- Dor ao engolir.
4 – Como se dá a transmissão da herpes labial? Herpes labial pega?
A transmissão da herpes ocorre por qualquer contato direto com as lesões, com maior chance de contágio no período potencialmente contaminante (fase das vesículas bolhosas) que permita a troca de fluidos, promovendo o contato com o vírus da herpes:
- Beijo;
- Sexo oral, anal e vaginal;
- Beijo em crianças a partir de pessoas contaminadas pelo vírus;
- Utilização de objetos que entraram em contato com as lesões (ex.: copos, garfos, facas, etc);
- Pode haver também a transmissão vertical (durante o parto), da mãe para o filho, contudo, é rara.
Ainda há outras formas de transmissão como espirros, tosses, agulhas contaminadas e apertos de mão.
Apesar de haver casos de transmissão a partir de indivíduos que não apresentem nenhum sinal e sintoma, na maioria esmagadora dos casos, a transmissão do vírus da herpes labial só ocorre durante a fase da doença, isto é, após a cicatrização da lesão, não haverá mais contágio.
5 – Como saber se tenho Herpes labial?
O diagnóstico da herpes labial é basicamente clínico, isto é, a partir da observação dos sinais e sintomas descritos acima.
A presença de bolhas no canto da boca no local juntamente com uma anamnese bem realizada sobre o histórico médico-odontológico do cliente confirma a presença da Herpes Labial. Caso ainda haja dúvida, pode ser realizado um teste laboratorial para anticorpos HSV para confirmação.
6 – Herpes Labial Tratamento / Como tratar herper labial
Embora a doença regrida normalmente, medicações podem ser utilizadas para combater o vírus e acelerar a cicatrização da lesão.
Medicações e antivirais são utilizadas no tratamento, devendo ser utilizadas no início da doença para diminuir o desconforto no decorrer do desenvolvimento da lesão.
Podem ser associados ao tratamento analgésicos e antiinflamatórios. Há vacinas contra o vírus da Herpes labial, mas sua comprovação ainda é incerta.
Tratamentos a base de laser podem acelerar a cicatrização, diminuir o desconforto durante os estágios da doença e criar uma “memória imunológica”, diminuindo o as recidivas da doença.
Deve-se evitar tratamentos caseiros para herpes labial que, apesar de promover um alívio dos sintomas, não deve ser usado em substituição dos remédios de farmácia para herpes.
O tratamento em si requer, além da intervenção medicamentosa, algumas recomendações para evitar outros problemas:
A – Início do tratamento da herpes o mais cedo possível;
B – Higienizar sempre a área comprometida, independente do estágio da lesão, com água e sabão. Após a higiene do local, lave bem as mãos, pois o vírus pode ser levado através delas para outras partes do corpo. Dê preferência a papéis absorventes para enxugar as mãos e o local afetado;
C – Evite furar as bolhas no lábio e remover as crostas (cascas da ferida);
D – Durante o período da doença, evite beijar ou falar próximo das pessoas e relações sexuais, com o intuito de evitar a transmissão da doença;
E – Evite exposições prolongadas ao sol;
F – Evite a automedicação. Somente o médico ou Dentista está apto a receitar a medicação e posologia corretas para o seu tratamento;
G – Por se tratar de uma doença cujo desenvolvimento está ligado ao sistema imunológico, tenha hábitos de vida saudáveis como alimentar-se corretamente, fazer exercícios físicos e diminuir o stress;
7 – Herpes labial X complicações
Algumas complicações raras são a queratoconjuntivite (inflamação da córnea) do olho, podendo levar à perda da visão e a encefalite (infecção aguda no cérebro). É altamente letal, com grande probabilidade do sobrevivente apresentar sequelas neurológicas.
8 – Pomada para Herpes labial / remédio para herpes labial
Em geral, os remédios para herpes labial utilizados têm como objetivo aliviar os sintomas e acelerar a cicatrização. A pomada para herpes labial contém agentes antivirais, que ajudam a eliminar o vírus da herpes, facilitando e acelerando sua cicatrização.
Em geral, as medicações mais utilizadas são:
- Aciclovir;
- Valaciclovir;
- Canditrat;
- Ezopen (pomada para herpes);
- Fanciclovir;
- Penvir.
Contudo, lembro que a medicação de escolha deverá ser receitada pelo DENTISTA, o que vai incluir o número de uso diário e por quantos dias se usará o remédio para herpes labial.
9 – Como curar herpes labial
Não há como curar herpes labial, mas sim controle da doença, evitando recidivas e, quando ocorrer, tratando da melhor e da mais rápida forma possível. Quanto mais cedo iniciar o tratamento (fase prodrômica da doença), mais rápida será sua melhora.
Como foi descrito acima, há remédios para herpes labial que atenuam os sintomas. Porém, lembro que é necessária a prescrição por um profissional habilitado.
Gostou da postagem? Que bom! =)
Compartilhe com seus amigos!
Caso haja alguma dúvida, não hesite em perguntar abaixo! Mande sua dúvida que farei de tudo para te ajudar!
Grande abraço!
Wilson Correia Jr.